18 outubro 2007

Largando a Terapia II

Demorou ainda alguns dias,mas consegui dizer adeus. Não antes que a raiva passasse e eu conseguisse ver mais claramente meus motivos. Precisei de raiva e de rancor pra ter energia suficiente para tomar minha decisão.
Foi um ano e meio de convivência íntima, de uma relação permeada de muita afetividade (afeto: capacidade de se deixar afetar pela experiência, perdendo até certo ponto a objetividade), de sentimentos estranhos que emergiam com a força de um vômito ou de uma onda de ressaca.
É um processo intenso (descobri que vivo tudo na minha vida de modo intenso). Ainda está acontecendo. Ele definiu esse processo como um aprendizado de como cuidar de mim. Começou antes, com a dança; progrediu procurando ajuda quando já tinha ultrapassado todos os limites do suportável. Muita coisa mudou nesse tempo. O processo ainda está pra terminar, mas agora preciso seguir sozinha.
O ciclo se fechou e eu preciso sentir qual é a força de minhas pernas, preciso saber se as mudanças realmente existiram ou se foi apenas o reflexo de uma dependência, de ter um canto pra correr quando as coisas apertassem.
Agora o que está apertado é meu peito, vou sentir saudades, mas tenho certeza de que fui em boa hora.