27 março 2007

Ainda estou aqui

Não tenho tido muito assunto pra conversar. Nem pra escrever, mandar scraps ou comments.
Minto, tive excelentes idéias para textos no blog... fumando um cigarro no ponto de ônibus. Chego em casa, vejo meus e-mails, navego um pouco e o texto mesmo nada.
Sim, muita coisa aconteceu. Muita coisa boa. Queria mesmo poder gargalhar, estar simplesmente feliz, sorrir. Até consegui fazer isso, mas poucos dias se passaram e estou assim, com uma leve distimia.
Por que eu não consigo simplesmente me abrir, me entregar, me soltar? Por que tenho o tempo todo essa maldita sensação de que vou pagar caro por cada momento de felicidade? Por que não posso simplesmente confiar em mim e abandonar essa certeza de que sempre vou decepcionar a quem acreditar nas minhas capacidades?

Era pras coisas estarem bem agora, mas já me comporto como se tivesse destruído tudo...

Por isso não tenho o que falar, porque esse assunto é velho, como são velhas todas as coisas realmente importantes pra mim. São as mesmas crises, as mesmas feridas que nunca cicatrizam, a mesma irritante insegurança, os mesmos (des)amores, as mesmas dependências, as travas...só não mais as taras, essas eu cortei e perdi com isso muito da graça e dos assuntos para cerveja ew riso. Por falar em cerveja...parei também.
Não que as coisas na minha vida não mudem, que elas mudam o tempo todo, mas é que continuam iguais. É como se todo o tempo eu ficasse correndo para ficar no mesmo lugar. Vivo intensamente cada segundo, dramatizo, pinto o mundo com cores fortes mas nem assim consigo apagar o cinza que é meu jeito de ver o mundo. Amodeio, brigo, beijo, mas as vezes penso que não importa de verdade, que nada realmente importa. Pra logo em seguida me lançar de novo no mundo só pra ter certeza de que ainda existo.
Daí a sensação de que nada muda.
Daí não ter o que escrever (tudo já foi dito).

Mas tenho, tenho muito, apenas as idéias aparecem em lugares errados.
Ainda sinto, sim, ainda amo. É uma pena que a pessoa que eu mais ame seja justamente a pessoa que nunca mais poderei ter, mas ainda sou capaz de amar e um dia, quem sabe, encontrarei alguém e sentirei esse sentimento renascer.
Ainda existo, estou viva apesar de tudo.
Ainda tenho amigos, muitos amigos e muito especiais.
Agora tenho um emprego, em breve terei um diploma e, sim, tive aqui uma formação excelente e que só não foi melhor porque não dava.
Porra! Eu precisava mesmo parar de beber e recuperar um pouco da minha dignidade!
Então por quê? Me digam por quê eu não posso simplesmente sorrir e me sentir apenas feliz???

16 março 2007

Confiança

Por que você não pode confiar em si?

Por medo de me decepcionar, por medo do fracasso, da queda, por não acreditar...
Mas pra você essa resposta não é suficiente, e nem pra mim. Mas não sei o que dizer.
Por que não posso confiar em você? Também não sei, mas acho que isso só aconteceria se pudéssemos conversar sobre isso. Mas não podemos.

Então ficamos assim: desconfiados.

05 março 2007

...

Mudaram as estações. Nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu. Está tudo assim tão diferente.
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre sem saber que o "pra sempre" sempre acaba?
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está, nem desistir e nem tentar, agora tanto faz, estamos indo de volta pra casa...


Era pra tudo estar bem, era pra ter acabado, então, por que ainda me sinto tão triste?